Agricultores gaúchos lutam por renegociação de dívidas após crises climáticas

Na última semana, o movimento SOS Agro RS reuniu milhares de produtores rurais em busca de soluções para a grave crise enfrentada pelo setor agrícola no Rio Grande do Sul. A mobilização, que contou com a presença do presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, reflete a urgência de uma renegociação das dívidas dos agricultores, essenciais para a continuidade da produção no estado.

Os produtores gaúchos enfrentaram três anos consecutivos de estiagem, seguidos por um ano de enxurradas, o que trouxe sérios prejuízos para a agricultura local. Em entrevista concedida à Rádio Cultura e ao Jornal Boa Vista nesta quarta-feira (14), Marcelo Arruda, destacou o papel crucial da Famurs no apoio a esse movimento. “Dos 497 municípios, 350 respiram e vivem o agronegócio. Então a gente sabe a importância desse setor para movimentar a lojinha, o mercado, a agropecuária, o comércio da cidade, principalmente para manter o nosso povo do interior. Os prefeitos e prefeitas têm feito inúmeros programas para ajudar a modernização da propriedade, só que a gente vem de três secas seguidas, e mais um ano de enxurrada que destruiu as lavouras. Então tem agricultor realmente que deu tudo errado”, enfatizou Arruda.

O presidente da Famurs também frisou os prejuízos da safra de 2022 para 2023, quando os agricultores investiram em insumos com a expectativa de vender o milho a R$ 80 e a soja a R$ 190 a saca. No entanto, uma reorganização do mercado mundial resultou na queda dos preços. “Infelizmente foi um prejuízo imenso. Então, esse movimento tem pedido é que realmente se construa uma securitização, que nenhum agricultor está pedindo para deixar de pagar. Ele está precisando de mais prazo, só que saiu uma medida provisória do governo federal, que não entendeu a demanda. Os produtores estão pedindo 10 a 15 anos para pagar, redução do juro para 3% ao ano, porque eles têm o juro a 7 ou 8%.”

A situação é ainda mais crítica em regiões como o Vale do Taquari, Rio Pardo e algumas áreas na região central do estado, onde produtores perderam completamente suas lavouras, ordenhas e chiqueiros, transformando terras férteis em verdadeiras estradas de chão. “Esse agricultor tem que ter anistia”, afirmou Arruda.

Enquanto as negociações continuam, o movimento SOS Agro RS busca garantir condições mais favoráveis para os produtores superarem os desafios impostos pelas crises climáticas recentes. As mobilizações seguem ocorrendo em todo o estado, com a esperança de que as demandas dos agricultores sejam atendidas para assegurar o futuro do agronegócio gaúcho, vital para a economia do Rio Grande do Sul e do Brasil.

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