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Hospinorte emite Carta Aberta: crise no sistema hospitalar de saúde

A HOSPINORTE – Associação de Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Norte do Estado do Rio Grande do Sul – após reunião realizada no dia 21 de maio, que tinha como pauta debater a situação econômico-financeira dos hospitais frente à pandemia da Covid-19, deliberou por emitir uma Carta Aberta à População sobre a crise no sistema hospitalar de saúde da região. Durante o encontro, que contou com a maioria dos hospitais associados, cada representante expôs a difícil situação que estão enfrentando neste momento. Após o consenso dos presentes, ficou deliberado tornar pública as dificuldades que são comuns a todos. A participação na reunião respeitou o distanciamento entre pessoas e todos estavam de máscara.

Segue a Carta Aberta para conhecimento de toda a população:


CARTA ABERTA À POPULAÇÃO

CRISE NO SISTEMA HOSPITALAR DE SAÚDE

A HOSPINORTE – Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Norte do RS, integrada pelas instituições prestadoras de serviços de saúde abaixo relacionadas, vem a público expor a difícil situação pela qual passam os hospitais neste momento de pandemia mundial causada pelo novo coronavírus (Covid-19). A entidade alerta que os hospitais da região Alto Uruguai estão enfrentando uma grave crise financeira para manter o seu funcionamento.

Nesses últimos 60 dias houve uma expressiva redução de atendimentos, chegando a 60%. E os valores pagos pelo SUS e convênios, não tem sido suficientes para a manutenção das atividades.

Por serem instituições de prestação de serviços, grande parte dos seus custos se referem a profissionais, envolvendo a folha de pagamento e contratos de prestação de serviços.

Desde o início da pandemia, houve também uma disparada nos custos, provocada pelo uso extensivo de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) – além da dificuldade em adquiri-los; aumento de preços de insumos, visto que diversos itens hospitalares sofrem interferência do câmbio, que está em alta; foram necessários gastos para preparação das estruturas para o atendimento a pacientes com Covid-19; e cuidados com os funcionários, como com consultas e testes para a Covid-19, também aumentaram.

Por conta dessa situação, muitos hospitais já iniciaram processos de demissão, redução da jornada de trabalho com redução de salários, concessão de férias e antecipação de feriados. Pagamentos estão deixando de ser realizados a prestadores e fornecedores.

Além da já conhecida defasagem da remuneração dos serviços hospitalares pelo SUS, há atrasos de repasses financeiros por parte do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Muitos hospitais ainda não conseguiram aditivar seus contratos e não estão recebendo os chamados “incentivos de orçamentação”. Também há pendências de pagamento por parte do IPE.

Diante disso, as instituições hospitalares têm mantido suas atividades assistenciais ativas às custas de um crescente e contínuo endividamento.

Para que esta grave situação seja superada, a HOSPINORTE considera como imprescindíveis e urgentes:

  • O aporte de recursos financeiros pelos financiadores do SUS – Governos Federal, Estadual e Municipal;
  • O imediato repasse do valor das Emendas Parlamentares para os hospitais;
  • Que sejam liberados os recursos da Consulta Popular 18/19, cujos convênios já foram assinados e publicados, porém os valores ainda não foram depositados;
  • A implementação de uma nova política de financiamento que proporcione uma superação da grave defasagem da remuneração dos hospitais;
  • Que o IPE coloque em dia todos os valores em atraso;
  • Que os convênios, inclusive planos de saúde, contribuam para a preservação de um valor mínimo de pagamentos enquanto perdurar a pandemia.

Os Hospitais associados entendem que a vida é o bem mais precioso, e que por isso a saúde das pessoas vem sempre em primeiro lugar. E que cuidar da saúde é um investimento, não é um gasto supérfluo que possa ser simplesmente retido ou cortado.

Por tudo isso, a HOSPINORTE, por meio de seus associados, alerta que se não houver aporte de recursos, os hospitais terão que reduzir leitos e serviços, justamente em meio a uma pandemia, o que consequentemente impactará em prejuízos ao atendimento à saúde da população.

 

Erechim, 28 de maio de 2020.

 

Associação Comunitária Hospitalar de Aratiba –Aratiba

Associação Hospitalar Comunitária Beneficente de Nonoai – Nonoai

Associação Hospitalar Nossa Senhora da Pompeia – Viadutos

Associação Hospitalar Marcelinense – Marcelino Ramos

Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim – Erechim

Hospital Beneficente São Leonardo – Três Arroios

Hospital de Caridade de Erechim – Erechim

Hospital Santa Isabel – Gaurama

Hospital Santo Antônio – Estação

Hospital São Roque – Getúlio Vargas

Hospital São Roque – Severiano de Almeida

Sociedade Beneficente São Judas Tadeu – Jacutinga

Unimed Erechim

 

 

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