Não podemos achar que estamos voltando à normalidade, alerta presidente da Famurs
Dudu Freire diz confiar nas novas medidas apresentadas pelo governo do RS, mas pede cautela à população
Na avaliação do presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e prefeito de Palmeira das Missões, Dudu Freire, a decisão tomada pelo governador Eduardo Leite de um novo ‘distanciamento social controlado’ foi bem recebida pela entidade que representa as 497 prefeituras gaúchas. O motivo, na avaliação de Freire, é que as decisões do governo do Estado “seguem baseadas em parâmetros técnicos”.
“Nós estamos mantendo estas exigências, do grupo técnico criado pelo governo do Estado. E sim, defendemos que a prioridade seja a vida e a saúde dos gaúchos. O governador tem mostrado pesquisas e análises que podem mensurar os efeitos atuais da pandemia. Então, estamos confiando que estas medidas sejam seguras no momento”, defende.
Para o líder dos prefeitos, praticamente nada muda com a flexibilização proposta ontem, mas alerta para uma possível consequência. “Agora as pessoas não podem ter este sentimento de que está voltando a normalidade. O governador têm combatido isso também. E não podemos colocar tudo em risco”, avisa. “O que nós (prefeitos) mais tememos é não ter condições de atender a demanda por uma antecipação do pico de casos da doença. O maior problema é o colapso no sistema”, preocupa-se. O prefeito se manifestou pedindo uma espécie de trégua das organizações que têm se manifestado de forma mais incisiva contra o isolamento. “Que as entidades representativas atuem com bom senso”, sugere.
De fato, ontem, durante a coletiva, Leite também chamou a atenção para uma “leitura equivocada” da pandemia. “Tenho observado que algumas pessoas têm feito uma leitura equivocada do novo coronavírus. O vírus não vai passar, ele está entre nós. Vamos conviver com ele e precisamos do apoio da sociedade e da comunidade para evitar que o volume de contágio ultrapasse a capacidade hospitalar”, ponderou.
O governador apontou, ainda, que a metade de 2020 será de dificuldades para o Rio Grande do Sul em relação à pandemia. “Em junho, vamos viver um momento difícil e julho será um período ainda mais crítico. Se não houvesse o distanciamento social, nós teríamos, ao final do mês de abril, 350 mortes. Apenas lembrando que o vírus não vai passar. Não é uma questão de ficar em casa e tudo bem. Vamos ter que mudar hábitos e nos distanciar, até porque uma vacina demora para ser criada e distribuída”, completou.
Fonte: Correio do Povo