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O Rio Grande se agiganta para salvar a educação e os serviços públicos

Em mais um dia histórico da greve da educação e da luta do funcionalismo público, Porto Alegre foi tomada por dezenas de milhares pessoas na manhã desta terça-feira (10).

Aos gritos de “retira!”, uma multidão, matizada de bandeiras douradas, inúmeras faixas e cartazes, enfrentou o sol forte da capital e desaguou da Praça da Matriz pelas ruas do Centro, culminando em um ato unificado diante da Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul.

“Aqui, nesta Praça, está presente o futuro do Rio Grande do Sul. Somos milhares que representam milhões de gaúchos. É um levante que não se viu em lugar algum do Brasil, com o apoio da sociedade e de todos que se permitem sonhar”, afirmou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.

Eduardo Leite, como nos demais atos em frente ao Piratini, fez questão de não comparecer. Viajou a Brasília com os recursos públicos que diz faltarem para a educação.

“Pode comprar a passagem para o dia 17, governador. Estaremos aqui novamente, e não sairemos da Matriz até derrubar o pacote”, finalizou Helenir, referindo-se à data prevista para o início da votação dos projetos.

Em frente à caixa forte do Estado, guardada pelo Batalhão de Choque da BM, servidores(as) se revezaram nas críticas ao pacote desumano de Eduardo Leite e ao arrocho interminável imposto a quem trabalha para servir os gaúchos.

Eram professores(as), funcionários(as) de escola, estudantes secundaristas e universitários,  técnicos agrícolas, servidores da saúde, das obras, do planejamento, do DAER, do Judiciário e diversas outras categorias, unidos para derrubar as propostas do governo.

Famílias inteiras se deslocaram do interior para defender seus direitos. Élica Cavaleiro, servente da EEEF Coronel Gervasio, trouxe os dois filhos, estudantes da rede pública, para a manifestação.

“Sou contratada e vim para lutar também pelos direitos dos concursados. É agora ou nunca. Se a gente não vai pra rua, quem vai garantir a escola pública dos meus filhos?”, questiona.

Muitos vieram pela primeira vez, como a estudante Laura Paulata, da escola Ponche Verde, de Crissiumal. “Estou impressionada pela quantidade de pessoas unidas com o mesmo propósito. Essa não é uma luta só de quem educa, é de todos nós”, conta.

Gilka Munari e Lucia Langassner, aposentadas de Encruzilhada do Sul, são presença constante nos atos. “Nós viemos em todas as mobilizações até aqui. E vamos até o fim. Se pararmos agora, será o fundo do poço”, argumenta Gika.

A greve do magistério atravessa sua quarta semana, acumulando vitórias nas ruas e nas redes. Mais de 1.500 escolas permanecem afetadas total ou parcialmente, consolidando uma das maiores mobilizações das últimas décadas.

A categoria reivindica a retirada do pacote da pauta da Assembleia Legislativa – que extermina direitos e condena educadores(as) a um brutal achatamento salarial – e o pagamento em dia do funcionalismo, conforme promessas de campanha de Eduardo Leite.

Além do CPERS, estão em greve desde o dia 26 os trabalhadores(as) representados pelo Sindsepe, Afagro, Assagra, Agefa, Sindicaixa, Seasop, Apog e Sintergs.

A próxima semana será definidora e a categoria deve se mobilizar para permanecer na praça a partir do dia 17.

                                    

Fonte: cpers.com.br

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