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Estudantes haitianos da UFFS relembram data histórica de seu país

Acadêmicos ingressaram na Universidade através de programa criado em parceria com a Embaixada do Haiti no Brasil

Comemorado no dia 18 de maio, o Dia da Bandeira do Haiti é uma data especial para quem nasceu no país caribenho. Foi neste dia, no ano de 1803, que Jean Jacques-Dessalines rasgou ao meio a bandeira francesa, criando o que viria a ser o novo estandarte. Fato marcante no processo de independência do Haiti, o momento ficou eternizado na memória de todo um povo que hoje está espalhado pelo mundo, principalmente após o terremoto que devastou o país em 2010.

Na última sexta-feira (17), a comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim pode sentir um pouco do orgulho e da saudade que estão presentes no coração deste povo, que teve que deixar seus lares rumo a outros territórios. Com o Auditório do Bloco dos Professores decorado por bandeiras e balões, oito haitianos que estudam em diferentes cursos de Graduação do Campus contaram um pouco sobre o seu país de origem. Na plateia, professores e demais estudantes. Cantaram o hino, falaram sobre fatos, lembranças… e saudade.

Saudade que hoje se soma ao sentimento de desejo e perseverança em concluir um curso superior no Brasil. Como é o caso de Gemy Joachin, acadêmico do curso de Agronomia.

– Entrei na UFFS procurando novos horizontes. Não tenho palavras para explicar o que significa para mim estar aqui, em uma universidade em outro país. Depois do terremoto, tudo ficou devastado – conta.

Gemy ingressou na Universidade através do Programa de Acesso à Educação Superior da UFFS para Estudantes Haitianos (PROHAITI). Criado em parceria com a Embaixada do Haiti no Brasil, o programa tem por objetivo contribuir com a integração dos imigrantes haitianos à sociedade local e nacional por meio do acesso aos cursos de Graduação da UFFS. O ingresso ocorre através de processo seletivo especial que oportuniza vagas suplementares da Universidade. Atualmente no Campus Erechim há nove estudantes haitianos.

Stephanie Toussaint, acadêmica de Engenharia Ambiental e Sanitária, destaca que entrar na Universidade era um sonho antigo, que agora toma forma.

– Eu já tinha o desejo de estar um curso superior quando cheguei no Brasil, em 2014. Significa muito para nós essa oportunidade. A maior dificuldade, acho, é a saudade da família – diz.

Em menos de duas horas da atividade comemorativa na semana passada, Gemy, Stephanie e seus conterrâneos deixaram transparecer a força e a coragem que os estimula a estar em uma universidade, rompendo barreiras como a da língua e do preconceito. Assim como Jacques-Dessalines lutou pela independência de seu país, eles lutam por dias melhores em suas vidas, quem sabe, através do Ensino Superior no Brasil.

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