Dívida Pública Federal tem nova alta em julho e ultrapassa R$ 7,9 tri pela primeira vez na história

A Dívida Pública Federal (DPF) ultrapassou pela primeira vez na história a barreira de R$ 7,9 trilhões. Segundo números divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 7,883 trilhões em junho para R$ 7,939 trilhões no mês passado, alta de 0,71%.

Em julho de 2024, o indicador superou pela primeira vez a barreira de R$ 7 trilhões. Mesmo com a alta no mês passado, a DPF continua abaixo do previsto. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no início de fevereiro, o estoque da DPF deve encerrar 2025 entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) interna (DPMFi) subiu 0,66%, passando de R$ 7,581 trilhões em junho para R$ 7,631 trilhões em julho. No mês passado, o Tesouro resgatou R$ 31,04 bilhões em títulos a mais do que emitiu, principalmente em papéis prefixados. Apesar disso, a dívida interna subiu por causa da apropriação de R$ 80,94 bilhões em juros.

Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os títulos e incorpora o valor ao estoque da dívida pública. Com a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 15% ao ano, a apropriação de juros pressiona o endividamento do governo.

No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 118,26 bilhões em títulos da DPMFi. No entanto, com o alto volume de vencimentos de títulos em julho, os resgates foram maiores e somaram R$ 149,29 bilhões.

A Dívida Pública Federal externa (DPFe) subiu 1,96%, passando de R$ 302,12 bilhões em junho para R$ 308,05 bilhões em julho. O principal fator foi a alta de 2,66% do dólar no mês passado, impulsionada pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A composição dos detentores da Dívida Pública Federal interna ficou a seguinte:

  • Instituições financeiras: 31,26% do estoque;
  • Fundos de pensão: 23,49%;
  • Fundos de investimentos: 21,73%;
  • Não residentes (estrangeiros): 9,86%
  • Demais grupos: 13,7%.

Mesmo com a tensão no mercado financeiro por causa do tarifaço, a participação dos não residentes (estrangeiros) oscilou para cima em relação a junho, quando estava em 9,84%. Em novembro do ano passado, o percentual estava em 11,2% e tinha atingido o maior nível desde junho de 2018, quando a fatia dos estrangeiros na dívida pública também estava em 11,2%.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos financeiros. Em troca, compromete-se a devolver os recursos depois de alguns anos, com alguma correção, que pode seguir a Selic, a inflação, o dólar ou ser prefixada.

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