Semana de Agronomia da URI mostra a importância da agricultura regenerativa

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) Erechim deu início na noite de segunda-feira, 25, à XVIII Semana Acadêmica do Curso de Agronomia. A cerimônia de abertura reuniu autoridades, professores, estudantes e profissionais do agronegócio, destacando a importância da ciência agronômica para o desenvolvimento humano e sustentável.

A mesa de abertura contou com a presença do Diretor Administrativo, Paulo José Sponchiado; o coordenador do Curso, Amito José Teixeira; o coordenador da Semana Acadêmica, Antonio Sergio do Amaral; o gerente de agronegócios do Banrisul, Douglas Rorig; e a acadêmica Fabiana Clara Ruszczyk, que representou o corpo discente, formado por cerca de 200 alunos.

O professor Paulo Sponchiado destacou que a história da Universidade é construída sobre pilares sólidos: “ensino de excelência, pesquisa comprometida com inovação e uma profunda ligação ao setor produtivo”. Em um cenário de desafios globais como mudanças climáticas, preservação de recursos naturais e busca por segurança alimentar e energia renovável, “o papel do agrônomo se torna cada vez mais relevante, pois é o profissional que alia ciência e prática, teoria e campo, inovação e tradição”, frisou.

O evento também reuniu profissionais de cooperativas, da Emater, produtores rurais, empresários, professores e alunos de outras instituições, com destaque para a turma do Colégio Agrícola Ângelo Emílio Grando.

A Revolução da Agricultura Regenerativa

O ponto alto da noite foi a palestra do engenheiro agrônomo Diego Aléssio, consultor e palestrante nacional e internacional sobre agricultura regenerativa. Aléssio é fundador da empresa Quatro Bases e coadministrador da Fazenda Banhado Verde, em Faxinal dos Guedes (SC), referência nacional em práticas regenerativas.

Aléssio convidou a todos os presentes a serem “condutores do processo e não passageiros”, enfatizando a importância de compreender mais o “porquê” do que o “como” fazer. Utilizou a alegoria do “Mito da Caverna” de Platão para reforçar a necessidade de questionar verdades impostas e buscar conhecimento mais amplo na agricultura.

Ele apresentou os “Três Lamentos” da agricultura convencional: Desmatamento, que contribui para a emissão de carbono e afeta a umidade, com reflexos inclusive no Sul do Brasil; Revolvimento do solo, que destrói sua estrutura física e libera carbono, levando à desertificação; e Empilhamento de tecnologias (fertilizantes, químicos, transgênicos), que cria dependência de insumos externos, desconecta a biologia do solo e gera impactos ambientais e à saúde humana.

Como alternativa, apresentou os princípios da agricultura regenerativa, baseados na imitação de padrões naturais: Proteção do solo, com cobertura constante e plantio direto há 45 anos na Fazenda Banhado Verde; Biodiversidade, por meio da rotação de culturas e introdução de espécies vegetais que ativam serviços ecossistêmicos; Menor distúrbio físico e químico, reduzindo insumos, eliminando inseticidas na soja e diminuindo herbicidas; e Plantas vivas o maior tempo possível, garantindo maior captação de energia e carbono no solo.

Os resultados, informou o palestrante, incluem a incorporação de cerca de 200 toneladas de carbono em 30 cm de solo, comparável a uma mata nativa, além de maior produtividade, resiliência climática e rentabilidade. A Fazenda foi a primeira em Santa Catarina a receber certificação de produção responsável de uma empresa holandesa.

Durante o debate, Aléssio abordou desafios como a competição em plantio no verde, sugerindo manejo específico de plantas espontâneas e redução do glifosato.

Por: Comunicação Social URI Erechim

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