‘Feira nas Escolas’ leva produtos frescos e educação alimentar a estudantes de Erechim
Projeto leva produção da agricultura familiar e agroindustriais até pátios escolares e ensina crianças sobre alimentação saudável, consumo consciente e valorização da agricultura.
Bancas improvisadas, montadas nos pátios das escolas, expõem frutas, verduras, queijos, salames, bolachas caseiras, artesanatos e até flores. Esse é o cenário que está se tornando parte da rotina dos estudantes em Erechim, graças ao projeto ‘Feira nas Escolas’. A iniciativa é promovida pela Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Segurança Alimentar, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, e está transformando a relação dos jovens com a alimentação, a agricultura local e o consumo consciente.
Em 2025, estão previstas cerca de 70 edições da Feira nas Escolas, que percorre Instituições Municipais, Estaduais e Privadas. Nos últimos quatro anos, o projeto já soma aproximadamente 400 edições, marcando presença em diferentes comunidades escolares e impactando milhares de estudantes.
A estudante Bethsaida Guillaume, de 14 anos, do 8º Ano da Escola Municipal Cara Pintadas avalia a iniciativa “É um incentivo da gente comer mais saudável, até mesmo para as crianças mais pequenas é uma coisa nova, deles ver como é, aprender, comprar algo saudável com o próprio dinheiro. Não é só ir no mercado e comer uma besteira, mas algo bom e saudável. É uma experiência muito boa e incrível para todos nós”, contou.
Educação além da sala de aula
A Feira do Produtor dentro da escola não é apenas um momento de compras. É uma grande aula prática, onde os estudantes aprendem a desenvolver hábitos saudáveis de alimentação, conhecem melhor a origem dos alimentos e ainda praticam educação financeira. Antes do dia das compras, cada aluno recebe uma lista orientativa para discutir com a família o que pretende adquirir, criando um momento de interação em casa sobre escolhas alimentares e consumo responsável.
“A Feira nas Escolas é um projeto que vai muito além de vender produtos. É uma ferramenta para as escolas estimulares hábitos saudáveis, valorizando a agricultura familiar e criando consciência sobre o que consumimos. Ensinar as crianças sobre alimentação saudável e produtos que vêm direto da terra é investir em saúde e qualidade de vida para o futuro”, destaca o secretário de Agricultura, Abastecimento e Segurança Alimentar, William Racoski.
Ligação com a Alimentação Escolar
A proposta da Feira está diretamente conectada à política de alimentação escolar do município, que prioriza produtos da agricultura familiar, promovendo não só a saúde dos alunos, mas também o fortalecimento econômico dos pequenos produtores rurais. Muitos alimentos servidos diariamente nas escolas — como frutas, verduras e legumes — são provenientes da agricultura familiar, garantindo produtos frescos e de qualidade no prato dos estudantes. “É uma forma de mostrar às crianças e aos adolescentes de onde vem o alimento que chega até a merenda escolar. Essa proximidade faz toda a diferença para criar hábitos de vida mais saudáveis e valorizar o trabalho dos nossos produtores locais”, reforça Racoski.
Feira diversificada
Atualmente, 20 produtores participam das Feiras nas Escolas, levando uma grande variedade de produtos: sucos naturais, frutas, verduras, legumes, queijos, salame, bolachas caseiras e flores. Além da venda, eles interagem com os alunos, explicam como cultivam ou produzem seus alimentos e compartilham histórias do campo, criando vínculos importantes entre cidade e meio rural.
A produtora Leila Deresz, de 41 anos, participa das Feiras nas Escolas há cerca de dois anos. Ela produz e comercializa hortaliças e também auxilia na venda de embutidos de outro produtor. “Esse é um trabalho muito importante pois vai além de apenas vendermos para estudantes, mas estamos levando para eles uma qualidade de vida melhor, onde eles tem a oportunidade de conhecer de perto o produto a ser consumido e saber da procedência, além do mais, eles aprendem também a organizar suas finanças pois cada criança chega até nós com sua lista e seu valor, sabendo quando tem troco ou não, então no meu ponto de vista, é sem sobra de dúvidas, um trabalho que deve ser mantido em todas as escolas. Os alunos não estão apenas indo lá comprar um pé de alface, um iogurte, um salame, eles estão levando para suas casas qualidade de vida e conhecimento”, comenta.
Por Comunicação PME