Um tratoraço marcou a manhã desta sexta-feira (27) no trevo de acesso à BR-153, em frente à Ke Soja, onde dezenas de produtores rurais realizaram mais uma mobilização pela securitização e alongamento das dívidas do setor. Os agricultores distribuem panfletos aos motoristas que trafegam pela rodovia, explicando suas reivindicações.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou o ato, orientando os manifestantes sobre os cuidados ao atravessar a pista e garantindo a segurança no local. Embora não tenha ocorrido paralisação total, o trânsito nos dois sentidos da rodovia registra lentidão, com formação de filas próximas ao local do protesto.
Um mês de mobilizações sem respostas
Esta é mais uma ação de uma série de protestos que completam mais de 30 dias no Rio Grande do Sul, especialmente na região do Alto Uruguai. Os produtores reclamam da falta de medidas concretas do Governo Federal para resolver o endividamento do setor, agravado pelos altos custos de produção e pelas recentes intempéries climáticas.
“Estamos há mais de um mês nas ruas e até agora não vimos nenhuma solução prática”, afirmou um dos líderes do movimento, que preferiu não se identificar. A securitização das dívidas é considerada essencial para evitar o colapso financeiro de pequenos e médios agricultores.
Pressão continua
Organizações do agronegócio e grupos independentes de produtores seguem articulados para manter a pressão sobre o governo. Nas últimas semanas, cidades como Passo Fundo e Carazinho também registraram protestos expressivos.
Enquanto aguardam uma posição do governo federal, as lideranças do setor mantêm diálogo com parlamentares em busca de uma solução legislativa para o impasse. “Não vamos recuar até que tenhamos uma resposta concreta”, reforçaram os organizadores.
O movimento em Erechim segue pacífico, com os agricultores utilizando a estratégia de conscientização da população através da distribuição de material informativo. Novas mobilizações estão previstas para as próximas semanas caso não haja avanços nas negociações.
Por: Edson Machado da Silva e Márcio Dal Pizzol