SUTRAF-AU promove transição de modelo produtivo no Alto Uruguai

Programa “Da Terra à Mesa” envolve 59 famílias e três lavouras de estudo.

Com o objetivo de construir alternativas sustentáveis para a agricultura familiar, o Sindicato Unificado dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Alto Uruguai (SUTRAF-AU) está desenvolvendo um projeto inovador de transição de modelo produtivo por meio do programa “Da Terra à Mesa”. A proposta busca reduzir custos, minimizar o uso de insumos químicos e promover maior autonomia e geração de renda para os agricultores da região.

 

Um projeto construído a muitas mãos

A iniciativa integra o Programa de Desenvolvimento de Transição Agroecológica na Agricultura Familiar do Sul do Brasil, articulado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (FETRAF-RS). No Alto Uruguai, o projeto é conduzido de forma coletiva, com a participação direta de 59 famílias agricultoras, em 103,5 hectares de áreas experimentais, distribuídas entre diversos municípios.

Segundo o coordenador geral do SUTRAF-AU, Alcemir Bagnara, o foco central está na transição para modelos de produção mais sustentáveis, com menor dependência de agrotóxicos e insumos externos. “A estratégia adotada envolve o acompanhamento técnico, o intercâmbio entre famílias agricultoras e a implementação de ‘lavouras de estudo’”, explica.

 

Lavouras de estudo: espaços de troca e aprendizado

Três lavouras principais foram definidas como referência para o projeto:

  • Uma em Erval Grande, que atende também agricultores de São Valentim;
  • Outra em Itatiba do Sul;
  • E a terceira em Aratiba.

Esses espaços funcionam como centros de experimentação e aprendizagem coletiva. Além do aspecto técnico, também são locais de debate sobre dúvidas, soluções e estratégias para uma produção mais sustentável. “Estão previstos cerca de sete encontros, com a presença das famílias participantes, onde são discutidos assuntos técnicos, sobre o projeto e também sobre qualidade de vida”, afirmou Bagnara.

 

Etapas do projeto: da análise do solo ao cultivo

A execução do projeto foi estruturada em diversas etapas. A primeira fase consistiu em visitas técnicas e no cadastro das propriedades, seguida da coleta e análise de solo. Agricultores que precisavam realizar a correção do solo já iniciaram esse processo.

Na sequência, houve a distribuição e o plantio do mix de cobertura, com prazos adaptados à realidade de cada propriedade. “Neste momento, o projeto está na fase de desenvolvimento do mix, e a próxima etapa prevê a análise das lavouras, com destaque para a correção de ‘manchas’ (áreas com desenvolvimento desigual)”, explicou.

Na etapa seguinte, será realizado o manejo do mix de cobertura, seguido pelo plantio das culturas e o acompanhamento técnico ao longo de todo o ciclo produtivo.

 

Expectativas para o futuro

A expectativa é de que o projeto gere resultados concretos, tanto na produtividade quanto na construção coletiva de conhecimento. De acordo com Bagnara, serão realizados experimentos em pitaya, chuchu, feijão, milho, soja, verduras, entre outros cultivares. “O SUTRAF-AU aposta que a vivência prática e o diálogo entre agricultores serão fundamentais para fortalecer a agricultura familiar com bases sustentáveis. Essa é uma experiência que vai além da lavoura: é um processo de transformação social e política, que valoriza o protagonismo das famílias do campo e aponta caminhos possíveis frente aos desafios do modelo convencional de produção”, finalizou.

 

SERVIÇO

Programa: “Da Terra à Mesa”
Realização: SUTRAF-AU e FETRAF-RS
Participantes: 59 famílias de agricultores familiares
Lavouras de estudo: Erval Grande, Itatiba do Sul e Aratiba
Abrangência: 103,5 hectares

Programa “Da Terra à Mesa” desenvolvido pelo SUTRAF-AU envolve mais de 50 famílias

Por Assessoria de Comunicação

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