Dólar fecha a R$ 5,79, em alta após novas falas de Trump sobre tarifas; Bolsa cai
O dólar voltou a fechar em alta nesta sexta-feira (7), cotado a R$ 5,79, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que pretende assinar uma ordem executiva para impor “tarifas recíprocas” a vários de seus parceiros comerciais internacionais. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o pregão em queda de 1,27%, aos 124.619 pontos.
Além disso, investidores repercutiram a divulgação do payroll, o mais importante relatório de empregos dos Estados Unidos. O país criou 143 mil vagas de emprego não agrícolas em janeiro, abaixo das expectativas de 170 mil, segundo o Departamento do Trabalho dos EUA. Já a taxa de desemprego caiu de 4,1% para 4%.
O resultado representa uma desaceleração em relação a dezembro, quando foram criadas 307 mil vagas (número revisado), e ficou abaixo do esperado pelos economistas, de 170 mil. O documento, divulgado pelo Departamento do Trabalho norte-americano, também indicou a queda da taxa de desemprego para 4%, ante 4,1% no mês anterior.
Segundo o economista sênior do Inter, André Valério, apesar de o resultado ser consistente com a dinâmica de “pouso suave” da economia pretendida pelo Federal Reserve (Fed), ainda há incertezas que podem pressionar a inflação e influenciar novas decisões de política monetária.
“É um resultado que não altera as expectativas desde a última reunião, com a incerteza sobre a implementação das tarifas por parte de Trump ainda dominando o cenário. Assim, caminhamos para uma nova pausa do Fed na reunião de março, mas ainda com espaço para dois cortes ao longo do ano”, afirma Valério.
O presidente norte-americano também informou que discutirá, junto ao líder do Japão, a US Steel, empresa siderúrgica que recebeu uma proposta de aquisição pela japonesa Nippon Steel, mas teve o negócio vetado pelo ex-presidente dos EUA, Joe Biden.
No cenário doméstico, as atenções ficaram voltadas para as declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em entrevista à rádio Cidade, o ministro comentou sobre a inflação e os juros no Brasil, alertando que o Banco Central precisa ter cautela para não provocar uma recessão ao elevar a taxa básica.
“Depende do momento e da intensidade. Se há um repique inflacionário, é preciso corrigir. O remédio é aumentar a taxa de juros para conter a alta de preços, mas isso deve ser feito da maneira correta, na dose certa”, afirmou Haddad.
A sinalização de desaceleração no mercado de trabalho dos EUA pode abrir espaço para que o Fed realize novos cortes nos juros. Esse cenário também beneficiaria o real, tornando o Brasil – que ainda possui juros elevados – mais atrativo para investidores estrangeiros, o que impulsionaria a entrada de capital no país.
Por Redação O Sul