PT de Erechim perde a bússola e precisa reencontrá-la urgentemente, buscando um novo caminho além da sua própria bolha
O caminho que o PT de Erechim vem trilhando nos últimos anos coloca o partido em grande risco de não eleger nenhum vereador na próxima eleição. Aquela história de que os petistas brigavam internamente, mas, ao sair da sala, mantinham-se unidos em nome da ideologia, acabou. Algo semelhante aconteceu em 2004, quando muitos petistas preferiram votar em Elói Zanella a votar no candidato do próprio PT. Porém, no ano seguinte, surgiu dentro do partido um jovem chamado Polis, que tinha uma visão além da bolha petista e, com sua habilidade, conseguiu firmar uma coligação com o MDB de Antônio Dexheimer, elegendo-se prefeito e sendo reeleito em 2012.
O PT de Erechim perdeu a direção após a saída do partido do atual prefeito e, desde então, não conseguiu mais se reposicionar ou ampliar sua visão além de sua própria bolha. Um exemplo do distanciamento do partido foi a eleição em que Anacleto Zanella concorreu como vice de Ana de Oliveira, do MDB, e muitos petistas afirmavam orgulhosamente: “Petista que é petista não vota em partido golpista!”.
Os petistas de Erechim precisam se reunir a portas fechadas, mas sair dessas reuniões com uma análise sincera sobre as razões de sua perda de força. É preciso enxergar além da bolha partidária. Sem essa autocrítica, o PT continuará enfraquecendo e corre o sério risco de não eleger nenhum vereador na eleição de 2028. Mais do que isso, os petistas não devem ter vergonha do PT, mas sim de algumas atitudes de certos membros do partido. Além disso, o partido não pode se sustentar apenas na bandeira do Orçamento Participativo; é preciso avançar na pauta econômica, pois é por meio da economia que se constrói o social.