Assédio no local de trabalho é foco de debate em Erechim nesta quarta-feira
O Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim realiza, nesta quarta-feira (21), um evento de grande importância para os trabalhadores. No início da tarde, a partir das 13h30, o auditório do Sindicato será palco de um debate fundamental sobre o assédio no local de trabalho, um dos problemas que mais afetam a qualidade de vida dos trabalhadores. A iniciativa faz parte do programa +CIPAA e +SAÚDE, promovido pelo sindicato, e será mediada pela auditora fiscal do trabalho e coordenadora do Núcleo de Combate ao Assédio da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego no Rio Grande do Sul, Fernanda Vieira Bueno.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, Fábio Adamczuk, este evento marca o início das comemorações dos 70 anos do Sindicato, que contará com diversas atividades de integração ao longo do ano. “Esse será nosso primeiro evento em comemoração aos 70 anos do Sindicato. Diversas atividades de integração serão realizadas, dentre elas esporte, com as mulheres, crianças, aposentados, entre outros. Neste primeiro tema debateremos a questão da saúde dos trabalhadores, no que consiste? Qual que é o público-alvo? Temos um público certo, definido, que são os integrantes das comissões internas de prevenção de acidentes, profissionais ligados à saúde e segurança do trabalho das empresas e também sindicatos”, explicou Adamczuk.
Adamczuk também destacou a ampla participação prevista para o evento, resultado de um diálogo prévio com várias empresas. “Temos hoje, já confirmado para o evento, aproximadamente 80 pessoas. São 13 empresas que confirmaram representação nesse debate e 12 sindicatos. Inclusive o sindicato patronal vai estar representado, porque nós entendemos que precisamos construir um local de trabalho bom para todos, tanto para a empresa quanto para os trabalhadores”, afirmou.
A tesoureira do sindicato, Sandra Salete Weishaupt, enfatizou a evolução das comissões internas de prevenção de acidentes (CIPA), que passaram a incluir a questão do assédio, sendo agora chamadas de CIPAA. “A CIPA transformou-se em CIPAA, incluindo o ‘A’ na questão do assédio, porque se verificou que, por mais que a gente faça esse debate contra o assédio, ele ainda existe. E, infelizmente, existe bastante. Então, hoje, não é só nas empresas, em todos os locais de trabalho. É corriqueiro olharmos reportagens, às vezes em bancos e instituições públicas, onde existe o assédio, seja ele assédio moral, sexual, e existem outros tipos de assédios, de diferenças, por exemplo, até da questão da sexualidade das pessoas”, relatou Weishaupt.
Ela também apontou a necessidade de conscientizar as empresas sobre o papel delas na prevenção e combate ao assédio, observando que as mulheres muitas vezes não denunciam por medo de represálias. “Quando são assediadas, ao invés de denunciar, elas acabam segurando isso para elas. Porque elas ainda têm medo de perder o emprego. Se eu denunciar, eu vou ser demitida. Hoje, muitas mulheres são responsáveis pela sua família, pela sua casa. Tem muita mulher que banca a casa e o filho. Então, esse tipo de assédio ainda, infelizmente, tem muito nas empresas. Queremos conscientizar as empresas para que também assumam o papel delas, começar a fiscalizar e começar a perceber se está existindo algum tipo de assédio”, destacou.
Weishaupt concluiu dizendo que a criação do CIPAA visa proporcionar um ambiente seguro para as denúncias, garantindo a investigação adequada dos casos. “A ideia do CIPAA é exatamente para existir uma comissão onde as mulheres possam denunciar e que exista um sigilo nisso, e que se faça uma investigação do caso. Então, esse é um pouco da nossa intenção, até hoje, fazer esse debate”, finalizou.