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UFFS realiza homenagem póstuma a docentes

Fábio Aparecido da Costa, Rosilene Rodrigues Kaizer Perin e Robson Olivino Paim, falecidos em 2020 e 2021, foram celebrados em sessão solene

O Conselho de Campus da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) Campus Erechim realizou, no dia 29 de maio, a 1ª sessão solene do ano, em homenagem aos professores Fábio Aparecido da Costa, Rosilene Rodrigues Kaizer Perin e Robson Olivino Paim, falecidos em 2020 e 2021. A cerimônia contou com a presença de familiares e amigos dos homenageados, além da comunidade acadêmica e regional.

Na mesa de honra estiveram presentes o diretor do Campus Erechim e presidente do Conselho de Campus, Luís Fernando Santos Corrêa da Silva; a vice-reitora da UFFS, Sandra Pierozan; a coordenadora acadêmica, Cherlei Marcia Coan; e a coordenadora administrativa, Elizabete Pedroski.

A solenidade iniciou com a projeção de um vídeo, seguida por pronunciamentos de colegas, familiares e amigos dos três docentes.

A professora Lisandra Almeida Lisovski, coordenadora do curso Interdisciplinar em Educação do Campo: Ciências da Natureza, ao qual o professor Fábio estava vinculado, foi a primeira a falar. Ela rememorou a trajetória acadêmica do docente e manifestou as saudades que ficaram com a sua partida.

Fábio era licenciado em Física e mestre em Educação Para a Ciência e Ensino de Matemática pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em 2017, iniciou doutorado em Ensino de Ciências e Matemática na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Era professor da UFFS desde 2015.

– Ele ministrava, no curso, Física Básica, Introdução à Prática Científica, Iniciação à Docência, Ensino de Ciências, Seminários Integradores, Trabalho de Conclusão de Curso e supervisionava estágios curriculares. Além das atividades de ensino, também se envolvia com projetos de extensão, e foi, no período de março de 2016 a março de 2019, coordenador adjunto de Extensão e Cultura do Campus Erechim. De abril de 2017 a agosto de 2018 também atuou como coordenador acadêmico. Nessa homenagem, queremos demonstrar nosso reconhecimento pelas contribuições do seu trabalho, não apenas no curso Interdisciplinar em Educação do Campo, mas também pelo trabalho e dedicação que teve aqui no Campus Erechim. Essa homenagem parte daqueles que tiveram a oportunidade e a satisfação de conviver com o nosso homenageado. O professor Fábio estará para sempre nas lembranças de quem conviveu com ele nesse período – disse a professora Lisandra que, na sequência, recebeu uma placa em homenagem ao professor.

A professora Rosilene foi a próxima a ser homenageada. Docente do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) Campus Sertão, ela atuava como professora permanente do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental (PPGCTA) da UFFS. Era casada com Gismael Francisco Perin, também professor da UFFS.

O professor Leandro Galon, representando a coordenação do PPGCTA, homenageou a professora, que era graduada e doutora em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), além de ter feito pós-doutorado na mesma instituição.

– Além de colega, a professora Rosilene era uma amiga, tanto para conversas como para vários trabalhos que desenvolvemos em parceria. Não somente eu, mas outros professores do PPGCTA também trabalharam juntos com a professora, nessa grande paixão que ela tinha pela pesquisa. A professora nasceu em Caçapava do Sul. Em 2009 foi aprovada em concurso público para docente no Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Sombrio. Em 2011 foi redistribuída para o IFRS Campus Sertão. Desde então, atuou com muita dedicação, competência e carinho como professora da área de bioquímica. Fez parte da criação do curso de Ciências Biológicas do IFRS, atuando na primeira coordenação do curso. Comprometida e com paixão pela pesquisa científica, além de publicar muitos trabalhos científicos, montou com muito esforço e dedicação um laboratório de excelência para a realização de trabalhos na área da bioquímica. Também coordenou muitos projetos de pesquisa. No auge de sua vida profissional, reconhecida pelos estudantes como excelente professora e pesquisadora, partiu em outubro de 2020, deixando saudades e marcando a vida dos que ficaram, como exemplo de pessoa que trabalhava com muita intensidade na docência, na pesquisa e na extensão, sempre com um sorriso no rosto – disse o professor Galon.

Esposo de Rosilene, o professor Gismael recebeu a placa em homenagem à docente, junto de seu filho.

– Vou tentar falar um pouco do pessoal, mas começo dizendo que quem tem filhos não morre. Eu conheci a minha esposa em Santa Maria. Só pra vocês terem ideia da intensidade do nosso relacionamento, a gente se conheceu e no primeiro dia já foi morar junto. A Rosi era uma mulher de luz, onde ela chegava, ela iluminava. Tinha um sonho enorme de ter filhos. Mas a vida aqui é muito rápida. Sabendo disso, temos que tentar fazer sempre o melhor, porque neste vale de lágrimas aqui, nesse desterro, a gente é muito passageiro – falou, emocionado, Gismael.

A sessão solene do Conselho de Campus foi realizada em observância à Resolução Nº 151/CONSUNI/UFFS/2023, que outorgou o título de professor emérito a Robson Olivino Paim e, também, atribuiu ao Laboratório de Docência do Campus Erechim a designação de Laboratório de Docência Robson Olivino Paim.

Robson era graduado em Geografia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), mestre em Geografia pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e doutor em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O coordenador do curso de licenciatura em Geografia, Reginaldo José de Souza, foi o primeiro a falar sobre o professor.

– Os nossos cursos de [licenciatura e bacharelado em] Geografia estão aqui não para rememorar, pois nunca nos esquecemos dele, mas, isto sim, novamente saudarmos a importância que o nosso gigante, amigo e colega Robson Olivino Paim continua a ter para todos nós, para toda esta Instituição e para a sociedade. Robson certamente é motivo de orgulho para seus pais e familiares, assim como continua sendo para todos que tivemos a oportunidade de conviver com ele, seja nos espaços profissionais, das relações de amizade, parcerias e bate-papos da vida cotidiana.

Além de destacar o trabalho de Robson no ensino, na pesquisa e na extensão, o professor Reginaldo abordou a maneira com que o homenageado olhava para sua área profissional.

– Da educação básica até o ensino superior, apoiava-se na perspectiva freireana para falar da boniteza da geografia enquanto conhecimento que faz as pessoas compreenderem o espaço como uma importante dimensão de sua existência e, assim, buscarem a sua transformação do ponto de vista ético e estético para que o mundo se torne, de fato, um ecúmeno de justiça social, ambiental e respeito à diversidade. Diretamente, ele orientou 41 mentes, entre dissertações, monografias e estágios de práticas de ensino. Ele saía freneticamente a campo, visitava escolas, acompanhava as aulas de orientandos e outros discentes da licenciatura – lembrou o professor Reginaldo.

Após o discurso, a mãe de Robson, Dirce Giacomelli Paim, recebeu a placa em homenagem ao filho. Em nome dos familiares e amigos do docente, a professora Maria de Lurdes Pertile também falou na solenidade.

– Antes dele ser concedido, eu fui escolhida para ser madrinha dele. Fui não só madrinha, fui mãe, fui companheira. Eu ajudei na sua formação, ele morou comigo. Eu achava que ele ia ser historiador como eu, mas escolheu uma das maiores lindezas que Deus nos permitiu para interpretar e compreender o mundo e a natureza, que foi a geografia. Em tudo ele era lindo. E ele continua sendo lindo.

Relembrando o crime que vitimou Robson, a amiga também demonstrou sua indignação.

– Por que a homofobia teve que entrar na nossa vida? Por que o crime, a maldade, a injustiça desta sociedade doente teve que ceifar o Robinho das nossas vidas? Por que nós permitimos isso? Nós, sociedade; nós, professores; nós, universidade. Como permitimos isso? Como alguém, um criminoso, um assassino, pode roubar uma criatura tão bonita, tão linda de nós? Como vamos construir formas melhores de vivência, de sobrevivência, de respeito, de diversidade?

Em seguida, a professora Ana Maria de Oliveira Pereira, representante da coordenação do Laboratório de Docência, fez seu pronunciamento.

– A grande preocupação do Robson como docente do curso de Geografia era de que os discentes tivessem a oportunidade de desenvolver um jeito diferente de dar aula de geografia, que quebrassem o estigma de que a geografia na educação básica precisa ser decorada. Designar o nome do nosso Laboratório de Docência Robson Paim é dar continuidade ao seu incansável trabalho de proporcionar aos licenciandos da UFFS a formação pública, gratuita, de qualidade, com desenvolvimento da criticidade, da rigorosidade, da autonomia, da criatividade, da inquietude com as realidades que se apresentam.

A vice-reitora da UFFS, Sandra Pierozan, destacou em sua fala a importância das pessoas para a Instituição.

– Nós somos um espaço de gente, universidade é gente. Nossos cursos são gente, nossas escolas são gente. Nossos colegiados são gente, conselhos de campus são gente. E nós temos que reforçar isso todos os dias. Que as lições daqueles que tiveram suas vidas perdidas reforcem o quanto temos que agir de forma mais simples, mais próxima e mais carinhosa das pessoas que estão ao nosso lado. Que são, de alguma forma, nossos motivos de estarmos aqui todos os dias, seja como colegas, como amigos, como orientandos ou alunos. E que a gente possa, de fato, transformar essa dor em luz. Uma luz que não faz sombra. Uma luz que ilumina e abre caminho – disse a vice-reitora.

O professor Luís Fernando Santos Corrêa da Silva também recordou momentos que passou com os três docentes e, depois, falou:

– Cada um que passa por essa Universidade, servidores técnicos, servidores docentes, terceirizados, estudantes de graduação, de pós-graduação, comunidade regional, as pessoas que vêm até o nosso campus para realizar cursos de extensão, de especialização, todas essas pessoas deixam marcas na Instituição. Esses três colegas deixaram marcas no nosso campus, contribuíram significativamente para a construção desse espaço. E, sem dúvida, essa universidade, esse campus universitário, não seria o que é hoje se não houvesse a contribuição de pessoas como o professor Fábio, como a professora Rosilene e como o professor Robson – disse.

Após a cerimônia no auditório do Bloco B, todos se dirigiram ao Laboratório de Docência para o descerramento da placa, que passa a designar o espaço como “Laboratório de Docência Robson Olivino Paim”.

Assessoria de Comunicação (Ascom)
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Erechim

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