Colaboradores da Aurora Erechim paralisam atividades
Mais de 1000 trabalhadores da Aurora paralisaram as atividades na manhã desta segunda-feira (31), em forma de protesto.
Conforme os colaboradores, a busca é pela “melhoria dos nossos salários para poder sustentar nossas famílias. Queremos terminar com o sábado, turnos das 3, 4 e 6h da manhã, as 14h e até as 23h40, encerrando as 6h da manhã de domingo, não é justo”, disse Arthur.
Já a funcionária Jéssica, relatou as dificuldades enfrentadas por ela e outras colegas. “Temos filhos pequenos, dificuldade para encontrar alguém para cuidá-los, precisamos pagar uma vizinha, conhecida, tem sido muito difícil”.
O presidente do Sindicato da Alimentação, Diego Lauer, disse que fazem dois meses que as negociações com a empresa estão em andamento. “Na última quarta-feira a empresa nos procurou, iniciamos um diálogo e na quinta-feira, às 16h, realizaríamos uma nova reunião. Conversamos com os trabalhadores, mas de forma desrespeitosa, a empresa desmarcou a reunião em cima da hora”.
A pauta do sindicato é a jornada de segunda a sexta-feira: “entendemos que nestes dois anos que os colaboradores vem desempenhando suas atividades aos sábados, a empresa não cumpriu a meta de 20% a mais no seu quadro. O trabalhador se encontra cansado deste ritmo de produção. Acompanhamos a jornada do abate no sábado, os mesmos trabalharam sob pressão”, afirmou o presidente.
O sindicato sugeriu como alternativa para a empresa, trabalhar sábados intercalados ou jornada de seis horas. “Nunca fechamos as portas para negociação, mas entendemos que muito além da cooperativa investir mais de R$ 80 milhões em Tapejara, tem que usar um pouco desse recurso e investir no seu bem maior, o trabalhador”, enalteceu Lauer.
Já o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do RS, Paulo Madeira, falou da indignação dos trabalhadores. “Elaboramos uma proposta, desmarcaram a reunião, já realizamos cinco rodadas de negociação sem sucesso. Agora, investir em outra unidade é fácil, mas investir no trabalhador é difícil. Fizemos proposta de seis horas para amenizar um pouco a jornada, na pandemia os trabalhadores não pararam em nenhum momento, produziram muito, mas na hora que chega na mesa de negociação, o descaso. Por isso hoje, os trabalhadores estão unidos, mostrando que querem o reconhecimento da Aurora”, finalizou.