O El Niño deste ano deve ser, no mínimo, forte e começar no início de junho. O fenômeno, caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, aumenta as temperaturas do planeta e, ao Rio Grande do Sul, costuma trazer calor e chuva. Há chances também do fenômeno evoluir para um nível “muito forte”, de “Super El Niño”.
A previsão é de que o evento climático seja fraco nas três semanas iniciais, mas que sua intensidade progrida até setembro, com chances de causar enchentes e alagamentos no Estado durante a primavera, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A precipitação intensa deve chegar primeiro na região norte gaúcha, até agosto, a partir da metade inicial do inverno.
— Na segunda metade do inverno, entre agosto e setembro, a chuva se espalha pelo Estado e as temperaturas sobem. Tanto chuva mais forte, como mais frequente, e temperatura elevada — afirma o meteorologista Marcelo Schneider, coordenador do Distrito de Meteorologia de Porto Alegre do Inmet. Segundo ele, uma primavera chuvosa e quente é um “prognóstico seguro”.
Na avaliação do meteorologista, também se pode afirmar que o El Niño será “forte” já no fim do inverno, mas que o período inicial da estação fria ainda pode “surpreender” com temperaturas baixas. De acordo com os prognósticos, um “Super El Niño”, tecnicamente considerado um fenômeno “muito forte”, pode chegar a partir de setembro, na primavera. É uma possibilidade, mas ainda não há certeza, segundo Schneider.
Os últimos “Super El Niños” ocorreram nas temporadas 2015/2016, 1997/1998 e 1982/1983. Nessas oportunidades, o fenômeno causou enchentes e alagamentos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.