Ypiranga: hora de corrigir os erros de 2017
Neste domingo, 04 de março, às 17h, no estádio Colosso da Lagoa, o Ypiranga inicia mais uma jornada na Divisão de Acesso. O adversário é um dos mais tradicionais clubes do futebol gaúcho, o Esportivo de Bento Gonçalves. Os mais saudosistas dirão que este deveria ser um jogo de estreia do Campeonato Gaúcho e não da Divisão de Acesso, mas os dois clubes não estão na parte de baixo por acaso, algo foi feito errado para que chegassem a esta situação, porém, não posso falar do time da serra, afinal, não acompanho seu dia a dia e muito menos sei quais os motivos que fizeram uma das principais forças do futebol gaúcho continuar na Divisão de Acesso por tanto tempo.
Por aqui, sabemos muito bem os motivos que levaram o Canarinho à divisão debaixo. Não vou enumerá-las novamente, mas posso assegurar que a queda do ano passado se deu pelas escolhas erradas feita pela direção.
Em 2017 o Ypiranga não caiu porque o time era ruim, mas sim pela falta de planejamento ou planejamento equivocado, entre outros motivos. A própria direção passada fez um grande ano no seu primeiro mandato frente ao clube, pois colocou o Canarinho na terceira fase da Copa do Brasil, garantiu novamente a vaga na competição nacional, fez um bom gaúcho e por detalhes não garantiu vaga nas finais da Série C, mas o futebol exige planejamento e organização todos os anos, caso contrário a conta será cobrada dentro de campo.
Os reflexos do péssimo ano de 2017 estão sendo sentidos agora pela direção e departamento de futebol. Além da queda nas receitas, as dívidas chegam à casa de R$ 2 milhões e o calendário de competições do clube foi prejudicado. Até o ano passado, o calendário verde-amarelo fazia com que a direção planejasse o primeiro semestre com Gauchão e Copa do Brasil e o segundo semestre com Série C e Copa da Federação Gaúcha. Hoje existe um único semestre com duas ou quiçá três competições, caso o Ypiranga dispute a Copinha a partir de agosto.
Incerteza
Nesta semana conversei com vários colegas da crônica esportiva local e cheguei à conclusão de que o Ypiranga de 2018 é uma incerteza para todos, começa pela casamata e passa para dentro das quatro linhas. Lembrando que incerteza não é sinônimo de insucesso, mas, também não é de sucesso. A falta de amistosos consistentes no Colosso da Lagoa aumentou as dúvidas.
Nos amistosos contra adversários de melhor nível técnico, não conseguimos vencer, mas a amostra até então, ainda é muito pequena para qualquer avaliação mais aprofundada. A única certeza que tenho é a confiança no trabalho do gerente de futebol Renan Mobarack e do preparador físico, Alexandre Andreis.
Esportivo
O adversário de estreia do Canarinho na Divisão de Acesso conta com vários jogadores experientes, a começar pelo goleiro Luiz Muller e o zagueiro Fernando Cardozo. Os dois jogadores foram revelados pelo Internacional e passaram por vários clubes do futebol brasileiro e até de Portugal, no caso do zagueiro. Outro jogador experiente é o atacante Maycon, que até a temporada passada estava defendendo as cores do Ypiranga. Na última semana o alviazul anunciou a contratação do meia Diego Torres, que está no Avenida, e se apresenta após o termino do Gauchão. O comando técnico é do bom treinador, Rodrigo Bandeira.
Uniforme Branco
Na apresentação dos uniformes do Ypiranga para a temporada 2018, chamou atenção o uniforme reserva do clube, que será branco, com detalhes em dourado. Acredito que este uniforme seja inédito na história do clube. Os torcedores mais saudosistas parecem não ter aprovado a ideia, uma vez que, o branco não faz parte das cores do Canarinho, mas nos tempos atuais é comum ver equipes mundo a fora utilizando cores variadas para seus uniformes.
Achei diferente e impactante num primeiro momento, mas confesso que gostei. O uniforme verde, que normalmente era o reserva, será o terceiro. Com a ausência do amarelo canário neste uniforme, acredito que até atlantistas ficarão com vontade de adquirir uma peça.
Dois grandes eventos
Os departamentos de marketing do Atlântico e Ypiranga estão de parabéns pelos seus eventos de apresentação da temporada. A estratégia de ambos tinha as mesmas intenções: mostrar os projetos e valorizar os parceiros. Acredito que os patrocinados de ambos os clubes ficaram um tanto quanto satisfeitos com as homenagens e valorização de suas marcas. O evento do Galo foi com mais pompa, mas o do Canarinho não ficou devendo em nada.
70 jogos no ano
Há alguns dias, em conversa com o diretor de futsal do Atlântico, Elton Dalla Vechia, o questionei sobre a maratona de jogos e competições que o Galo terá na temporada 2018 e segundo ele, a previsão é de que nesta temporada o Atlântico chegue a 70 partidas. O número assusta e ao mesmo tempo preocupa direção, preparação física e fisiologia do clube. Manter todos os jogadores 100% durante todo o ano de 2018 será uma missão “quase impossível”.
Respaldo
A direção do Atlântico precisará dar muito respaldo para o treinador Giba nestes primeiros meses do ano, principalmente se os resultados não acompanharem o planejamento. A pressão externa por resultados imediatos será algo inevitável por parte da torcida, imprensa e até mesmo dirigentes.
Não vejo a Supercopa como um balizador do trabalho do treinador. No evento de apresentação do Galo para a temporada, pude perceber que já existe certa pressão pra cima do comandante técnico verde-rubro.
Surpresas
Quando se fala do grupo de jogadores do Atlântico, as atenções ficam todas voltadas para os jogadores mais experiente do grupo, porém, algumas caras novas têm chamado atenção neste início de trabalho. Uma das boas notícias é o ala Cleber, que vem enchendo os olhos da comissão técnica e direção. Outro jogador que pode despontar na temporada é o pivô Cappa. No entanto, o artilheiro da última edição da Liga Gaúcha de Futsal, conta com as concorrências de Keké e Jé.
Observação
Em razão do fechamento da edição impressa do Jornal Boa Vista não conciliar com o horário do jogo do Atlântico na Supercopa de Futsal, contra o Joinville, todas as informações da partida e competição poderão ser conferidas no site do Jornal Boa Vista.
Por Fabio Lazzarotto