A guerra na Ucrânia, que se arrasta como o conflito mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, continua deixando grandes consequências, inclusive para regiões muito distantes, como é o caso do Brasil, que se encontra a mais de 10 mil quilômetros do país. Em meio ao quinto mês da forte ofensiva russa, que não mostra sinais de término, como sua vida está sendo afetada?
A professora de relações internacionais da ESPM Denilde Holzhacker explica que a Rússia é uma grande fornecedora de fertilizantes para o Brasil. Com as sanções ocidentais, esse fator também aumentou os preços dos alimentos.
2 – Recessão na Europa
A crise econômica na Europa, muito impactada pela guerra na Ucrânia, pode trazer reflexos para a economia brasileira. Neste mês, o euro entrou em paridade com o dólar pela primeira vez em 20 anos.
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia significa um grande desafio para as tomadas de decisão do BCE (Banco Central Europeu). A maior inflação histórica para os países da zona do euro elevou os juros no bloco, o que limita o crescimento da economia dos países-membros.
3 – Alta do petróleo
A Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês)
A professora Holzhacker explica que as sanções aplicadas contra o país por conta da invasão da Ucrânia contribuem para o aumento do preço do produto segundo a lógica da lei da oferta e da procura. “Como a Rússia não consegue vender seu petróleo, ocorre a diminuição da oferta, mas a procura segue alta”
4 – Meio ambiente
Os países europeus são os principais incentivadores das mudanças das matrizes energéticas para que elas sejam mais limpas. Entretanto, com os cortes do fornecimento do gás natural russo, eles apostam em soluções muito poluentes, como as centrais de carvão.
Essa realidade compromete as metas ecológicas ambiciosas traçadas pelo continente, como o compromisso alemão de abandonar o uso de carvão até 2030. Nesse mesmo sentido, a Áustria pretendia interromper o uso dessa fonte até o fim desta década, mas reativou uma usina de carvão fechada em 2020.
5 – Bomba atômica
A guerra na Ucrânia também reacendeu a discussão sobre o uso de armamentos nucleares. O Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo afirma que a Rússia e os Estados Unidos têm, juntos, mais de 90% das armas nucleares em todo o mundo.